terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A grande ilusão dos suplementos emagrecedores

Eles invadiram as farmácias, as páginas da internet, nossos e-mails e os sonhos de emagrecer das pessoas. Utilizam a idéia do natural e prometem emagrecer rapidamente. Não tem nenhum efeito colateral e nem precisam de receita médica para serem adquiridos.




Uma das suas estratégias infalíveis é a sua vinculação à perda de peso de pessoas famosas. Assim, a caralluma emagreceu a Ivete Sangalo antes de ter sua comercialização suspensa pela Anvisa. Várias revistas estampavam em suas capas, blogs famosos traziam em suas home pages a publicidade desse suplemento ligada à imagem da cantora. Os pacientes chegavam ao consultório e invariavelmente solicitavam a possibilidade de também utilizar a “maravilha de emagrecer” e muitos deles tomavam independente da nossa orientação contrária.



Essa invasão de suplementos emagrecedores não ocorre apenas no Brasil. Na Europa e na América do Norte eles já nadam de braçada e tem seu comércio em franca ascensão sempre que há um endurecimento das agências reguladoras em relação aos medicamentos utilizados no tratamento da obesidade. As pessoas tentam o tratamento que lhes é permitido e esses suplementos gozam de livre trânsito também naqueles países. Nos Estados Unidos, há outdoors, letreiros luminosos nos halls dos hotéis, ônibus e metrô. A publicidade é intensiva e direta aos consumidores e eles estão em toda parte.



Diferente dos medicamentos, os suplementos não tem que provar eficácia para chegar às gôndolas das farmácias e supermercados. Não tem que provar que são seguros ou que atendem às promessas de seus rótulos. Essa brecha na legislação dos órgão reguladores faz com que a comercialização dos suplementos emagrecedores saltem para cifras astronômicas sem nenhum investimento em pesquisa.



Infelizmente, não existe nenhum medicamento natural ou suplemento que realmente conduza ao emagrecimento. Por isso mesmo eles aparecem e desaparecem com a rapidez de algo que não tem nada a acrescentar. São comercializados às custas da boa fé e dos sonhos das pessoas. Hoodia gordonii, caralluma, folia magra, folia negra, ração humana, faseolamina, quitosana e tantos outros. Nunca passaram por nenhuma pesquisa científica séria e não tem, na verdade, nenhum efeito emagrecedor.